quinta-feira, 6 de setembro de 2012


o livro da saudade mora dentro de mim. ele tem impressa página por página uma pressa por toda falta que em vento se despressente em pétalas
o livro da saudade tem as suas páginas todas em branco. uma a uma uma preenchidas por versos de líquida nuvem. assim para que não se divise memórias de esquecimentos. feito esse seu céu e meu mar para as noites – uma só escuridade grávida de manhãs azuis.
o livro da saudade é um concerto escrito originalmente pela chuva numa tarde de sol para dois pianos e orquestra. enquanto um toca allegros lembrados pelo outono. o outono, todos os adágios esquecidos pela primavera.
o livro da saudade tem versos de tez branca, um talvez das pétalas enluaradas de jasmim. tem a nitidez nublada de pinturas sonhadas, os olhares de despedida inconformados dos quadros, enfim todos os diálogos desesperados de filmes de amor.
o livro da saudade às vezes parece ser todo livro que leio, vejo, ou que distraidamente sou.

Fernando Koproski
poema do livro Tudo que não sei sobre o amor

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