terça-feira, 30 de junho de 2015

Amor é tudo que nós dissemos que não era:

quando li esse verso no original de um certo poema do Buk (love is everything we said it wasn't), senti que o verso tinha aquele "gostinho" que podia dar um bom título de livro... e não é que deu certo?

http://www.livrariascuritiba.com.br/amor-e-tudo-que-nos-dissemos-que-nao-era-autores-lv314864/p


http://www.livrariascuritiba.com.br/essa-loucura-roubada-que-nao-desejo-a-ninguem-a-nao-ser-a-mim-mesmo-amem-7-letras-lv314866/p

você já pode morrer agora.
você já pode morrer do jeito
que as pessoas deveriam
morrer:
esplêndidas,
vitoriosas,
ouvindo a música,
sendo a música,
rugindo,
rugindo,
rugindo.

fragmento do poema de Charles Bukowski
tradução do Koproski
do livro "Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém" (7Letras)

http://www.livrariascuritiba.com.br/amor-e-tudo-que-nos-dissemos-que-nao-era-autores-lv314864/p

http://www.livrariascuritiba.com.br/essa-loucura-roubada-que-nao-desejo-a-ninguem-a-nao-ser-a-mim-mesmo-amem-7-letras-lv314866/p
AS FLORES EM GREVE DE FOME

enquanto você me fala
que entre nós
as flores em greve de fome
forçada
o sonho ainda com sede
as gatas ainda com sono
a gente na mesma sintonia
da antena da tevê quebrada

enquanto você me fala
que meus poemas são tão necessários
quanto um relógio parado

ainda penso que mesmo parado
o relógio
marca 2 vezes por dia
a hora certa

enquanto você me fala
sobre dias sem piano
da roupa amassada
da casa desarrumada
do sonho de uma vida inteira

das árvores estourando a calçada
da pia enchendo de pratos
ou da chuva há dias
comandando uma verdadeira invasão
através das goteiras

enquanto você me fala
disso tudo

ao invés de lavar a louça
ainda fico aqui lavando palavras
nessa página em branco
encardindo dia após dia essa página
com meus versos

enquanto você me fala
do livro do amor

o evangelho do desejo
se abre à minha frente
e eu

ainda com as mãos
nas coxas pálidas das páginas

leio com os dedos seu rosto
seus braços suas mãos
seus olhos fechados
acesos

leio com a língua seus joelhos
seu umbigo sua nuca
suas pernas
seus tornozelos

leio toda a sua pele

toda a epiderme das páginas
desse livro

que sou eu e você

enquanto você me fala
que entre nós
as flores,

seus dedos brisam
por minhas costas

e uma suavidade impera
sobre todos os segredos

Fernando Koproski
do livro “Retrato do artista quando primavera” (7letras)
http://www.livrariascuritiba.com.br/retrato-do-artista-quando-primavera-7-letras-lv341627/p


sexta-feira, 12 de junho de 2015

POEMA DE AMOR

o amor não tem mesmo coração
o amor não foi quem eu pensei que era
não fui quem o amor pensou que eu fosse
mas o amor estava à minha espera

ah o amor fez o que quis
e o que não quis comigo
se você tem amor no coração
não queira o amor como inimigo

pois o amor não tem fim
o amor dançava em teus lábios
o amor sorria em teus braços
o amor fez sua cabeça contra mim

tava com o amor na ponta da língua
tava com o amor na palma da mão
mas o amor escorre entre os dedos
o amor não tem mesmo coração

o amor agora não me deixa em paz
o amor sempre esteve dentro de você
o amor dessa vez foi longe demais
o amor parece que leu a minha mente

agora o amor só quer saber da gente
mas o amor nunca foi meu forte
o amor é o que te mantém em pé
o amor gosta de viver perigosamente

no coração o amor foi o último a chegar
o amor é sempre o primeiro a sair
o amor parece que deu um nó dentro de nós
agora o amor não tem mais onde ir

Fernando Koproski
do livro “Retrato do artista quando primavera” (7letras)
http://www.livrariascuritiba.com.br/retrato-do-amor-quando-verao-outono-e-inverno-7-letras-lv341626/p

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dance me to the end of love é uma canção do Leonard Cohen que traduzi como “Dance-me até o fim do amor” no livro ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR. (vc acha ele aqui: http://www.livrariascuritiba.com.br/atras-das-linhas-inim…/p ) E ela está nesse vídeo em que por um Perfume de mulher Al Pacino, dança com aquela velha destreza de quem sente, às cegas, e mesmo assim vê claramente... ou seja, o tipo de coisa que se faz quando se dança até o fim de um amor...

DANCE-ME ATÉ O FIM DO AMOR

Dance-me até a sua beleza
com um violino ardente
Dance-me pelo pânico
até eu estar calmamente
Hasteie-me como a oliveira
e seja meu pombo orientador
Dance-me até o fim do amor

Deixe-me olhar sua beleza
quando não há testemunhas
Sentir o que te movimente
como na Babilônia intuas
Leve-me onde mora com demora
o que eu só sei a se pôr
Dance-me até o fim do amor

Dance-me até a hora do sim
dance-me ininterruptamente
Dance-me por muito tempo
mas dance-me ternamente
Estamos ambos abaixo de nosso amor
e ambos onde acima for
Dance-me até o fim do amor

Dance-me até as crianças
que estão pedindo para nascer
Dance-me pelas cortinas
que o nosso beijo desbotou
Arme uma tenda agora
embora cada fio se soltou
Dance-me até o fim do amor

Dance-me até a sua beleza
com um violino ardente
Dance-me pelo pânico
até eu estar calmamente
Alcance-me de mãos nuas
alcance-me onde sua luva supor
Dance-me até o fim do amor

poema do Leonard Cohen
traduzido por Fernando Koproski
e incluído na antologia poética ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR
http://www.livrariascuritiba.com.br/atras-das-linhas-inim…/p