NAS
MINHAS MÃOS
Nas minhas mãos
seus seios pequenos
são essas barriguinhas pra cima
dos arfantes pardais caídos ao chão.
Onde quer que você passe
Ouço o som de asas fechando
de asas caindo.
Estou sem fala
porque você caiu ao meu lado
porque seus cílios
são as vértebras de pequeninos e frágeis animais.
Receio o momento
em que seus lábios
comecem a me chamar de caçador.
Quando você me chamar pertinho
para dizer
que seu corpo não é bonito
Quero intimar
os olhos e os lábios ocultos
de pedra e luz e água
para testemunhar contra você.
Quero que eles
libertem
de seus cofres mais secretos
a trêmula rima de seu rosto.
Quando você me chamar pertinho
para dizer
que seu corpo não é bonito
Quero que meu corpo e minhas mãos
se tornem piscinas
para você se mirar e sorrir.
Poema: Leonard Cohen
Tradução: Fernando Koproski
do livro “ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE
MEU AMOR” (7 Letras)
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