terça-feira, 25 de dezembro de 2012


AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA do Bukowski foi destaque no Parana Online, na lista dos melhores de 2012. A matéria é do escritor e jornalista Jonatan Silva:
http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/639727/?noticia=LIVROS+PARANAENSES+ENTRE+OS+MELHORES+DE+2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


vinho, poesia ou divindade

caro amigo, thadeu, lembra quando
traduzimos esse poema como um s.o.s?
não havia verso que não estivesse
no copo cantando, no corpo decantando

a gente simplesmente ia traduzindo
bebendo baudelaire direto da fonte
o renato no violão fazendo a ponte
e eu bebendo vinho e você rindo

sem dificuldade para entrar no tema
eu lia baudelaire de cor e salteado
tropeçando nuns versos de salto alto
e você “se o salto é o problema

simplesmente, muda o esquema,
quebra o salto ou põe chinelo no poema”
assim baudelaire fica mais à vontade
para falar de vinho, poesia, ou divindade

é verdade, poeta, os poemas verdadeiros
são todos descalços, e poetas só andam a pé
assim como dois calos no espelho
são os meus e os teus passos de baudelaire

e assim a gente foi se embriagando
e entrando cada vez mais no poema
charles sintonizava a nossa antena
e o vinho da poesia foi se aproximando

hoje eu sei, mais que baudelaire, a amizade
foi o resultado de nossa bêbada parceria:
você, bêbado de vinho, poesia e divindade
e eu, meu amigo, de vinho, saudade e poesia

para Thadeu Wojciechowski
esses versinhos de seu amigo Fernando Koproski
como presente de aniversário!
24/12/2012


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012







de salto agulha no olho da lua

sim, fiz essa canção pra
não pensar mais em você
fiz essa canção no caso
de esquecer de te esquecer
por que você quis aparecer
na minha vida justo agora?
por que você ainda demora
depois que vou embora?

onde você estava o tempo
todo em que fiquei sozinho?
acha que um olhar incendiado
já me dá aquele friozinho?
você precisa ter mais cuidado
os teus cabelos soltos estão
derramando chamas do meu lado
e pra quê desenterrar um coração?

você precisa ser mais discreta
se teu olhar desafogar meu sufoco
e pra quê abrir caminho de novo
a fogo e ouro em minha direção?
você precisa ter mais cuidado
e olhar antes pra onde ateia fogo
meu coração é só um campo cinza
de pólvora com a validade vencida

se você não quer me arruinar
então, me diz qual é a tua
pra sair assim na rua pisando
de salto agulha no olho da lua?
sim, querida, é tarde demais
pra você sair assim na rua
e entrar assim na minha vida
– um brinde então à minha ruína

poema de Fernando Koproski
que foi musicado por Carlos Machado 
e gravado no CD "Longe"
com participação especial de Carlos Careqa nos vocais
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/de-salto-agulha-no-olho-da-lua


oração

amor, não me acuse de traição
todo este evangelho da beleza
que foi escrito em sua pele
a minha pele lê com perfeição,
se eu leio com minhas mãos
se eu leio com meus lábios
assim eu faço a minha oração

amor, não me acuse de distração
quando suas coxas se abrem
uma pirâmide de veludo
nesse vale suplica por atenção,
assim em sinal de devoção
ofereço meu vale, campos e mares
às tuas montanhas do coração

amor, não me acuse de heresia
por eu ousar escrever poesia
sobre o evangelho de sua pele
que eu leio com tal adoração,
se não acredita em minha oração
antes de partir me passa
um sermão dos seios às mãos

poema: Fernando Koproski
do livro “Nunca seremos tão felizes como agora” (7 Letras)
http://www.livrariascuritiba.com.br/nunca-seremos-tao-felizes-como-agora-autores,product,LV244140,3393.aspx

este poema foi musicado por meu amigo e parceiro
Carlos Machado no Cd “Samba portátil”
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/ora-o



Uma tradução que fiz do Bukowski está na edição de dezembro do jornal relevO (pág. 9), que é editada com muito bom gosto pelo amigo e escritor Daniel Zanella:

http://issuu.com/jornalrelevo/docs/relevo_-_edi__o_de_dezembro_de_2012


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

essa é a entrevista onde falei sobre bukowski para o programa e-cultura:

http://www.video.pr.gov.br/index.php?video=6004



sábado, 1 de dezembro de 2012


esse foi o meu primeiro poema que virou música: "ódio platônico", pelas mãos do grande amigo e parceiro Renatão...
ÓDIO PLATÔNICO
(Quege/Koproski)
http://fandalism.com/renatoquege/H5C

A tua dor que me desculpe
O que você sente nem tem mais sentido
Amor então que me preocupe
Mas o teu ódio não será correspondido

Para odiar te falta destreza
Neste olhar mais mágoa que tristeza
Se ainda não tiver percebido
Tua aspereza não me deixa comovido

Nem se disser que o que sente
Para nós dois é suficiente
Terá possibilidade

Um dia você vai entender obsessão
E não ódio de verdade
O que se odeia quando se adia o coração
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012


É você aquela que eu estava esperando?
(are you the one that I’ve been waiting for?)

Conforme você se aproximava, menina, senti você chegando
Sei que você ia me encontrar, porque ansiava por você
Você é o meu destino? É assim que você vai aparecer?
Enrolada num casaco e chorando?
Ah, tira esse casaco, amor, e joga no canto
É você aquela que eu estava esperando?

Conforme você se move, com certeza na minha direção
Minha alma tem me encorajado e me garantido
Que com o tempo meu coração vai me recompensar
E que tudo ainda será revelado
Então me sentei e vi uma era glacial degelando
É você aquela que eu estava esperando?

Com tristeza mundos inteiros se fizeram
Com desejo grandes maravilhas foram quistas
São só pequenas lágrimas, amor, deixa elas caírem
E encosta teu rosto no meu ombro
Além da minha janela, uma guerra está começando
É você aquela que eu estava esperando?

Ah, nós saberemos, nós não vamos saber?
Estrelas nesse céu explodirão
Mas elas não vão, não é?
As estrelas têm seu momento e morrem então

Há um homem que dizia milagres mas jamais o conheci
Ele disse: “aquele que procura, encontrará, e quem bate na porta um dia será convidado”
Eu penso em você se movendo e o quão perto você está chegando
E como qualquer pequena coisa já te antecipa
Por todas as veias, meu coração profundo vem chamando:
É você aquela que eu estava esperando?

Letra: Nick Cave
Tradução: Fernando Koproski


terça-feira, 27 de novembro de 2012


E-paraná com meu parceiro Carlos Machado, a Tati Ayres, e claro o velho Buk. O violão do parceiro ontem estava afiado... aguardem cenas dos próximos capítulos...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


beijo

um beijo seu
é apenas um beijo
beija apenas
o que seja beijo
o que apenas
um beijo deseje
um beijo seu
é apenas um beijo
beija apenas o que
em beijos se beije

um beijo seu beija
o que bem te vê
o que bem te ouve
o que te beethovens

um beijo assim
não devia ser
apenas beijo
devia ser escrito
de outra forma
ou ao menos
de outro jeito
mais comum
um beijo seu
devia ser escrito:

fly me to the moon

poema: Fernando Koproski
música: Carlos Machado
gravada por Carlos no CD “Tendéu”
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/beijo


quinta-feira, 22 de novembro de 2012


dark ladies

queria um poema que fosse como essas mulheres: um poema que andasse, passasse como essas mulheres passam. um poema que olhasse, sorrisse, ignorasse, cortasse, chovesse, queimasse, distraísse, silenciasse, ficasse como essas mulheres ficam. um poema que como elas hesitasse toda sua beleza decidida. mas como o poema para as páginas, a forma e a força com que ele não lhes pertence, as mulheres. pois só assim elas podem ser – como os poemas que só são poemas pelo buraco que deixam em quem os escreve, pelos espaços, distâncias e impermanências imperecíveis que com delicadeza nos permitem ser abatidos e lembrados indignos de suavidade entre um poema e outro. mas talvez eu apenas esteja errado, talvez as mulheres já sejam poemas. nós é que não as reconhecemos como tal. daí o motivo de todos os nossos problemas, da nossa angústia incontornável, da inutilidade de nossa solidão, estupidez de nossa objetividade, insuperável covardia, inaptidão à completude e exata insinceridade. pois as mulheres já existem como poemas, pensam como poemas, passam como poemas. assim e apenas assim desejam ser escritas ou percebidas – como poemas.

nós, uma prosa apenas.

Fernando Koproski
do livro “NUNCA SEREMOS TÃO FELIZES COMO AGORA” (7Letras)
http://www.livrariascuritiba.com.br/nunca-seremos-tao-felizes-como-agora-autores,product,LV244140,3393.aspx


quarta-feira, 21 de novembro de 2012


meu bem

meu bem, onde você estava que não notou?
o amor dessa vez deixou a tua intuição à toa
eu nunca te amei como você me amou
sinceridade se desculpa mas não se perdoa

agora não adianta você ser só meu amigo
e por acaso toda hora se encontrar comigo
porque não está para acontecer de novo
a memória não me esqueceu nem um pouco

pense, se nem depois de um gin tem jeito
você ainda acha que teu charme tem chance?
meu bem, nem raiva te deixa mais ver direito
se sou revival ou rival em seus romances

poema: Fernando Koproski
música: Carlos Machado
gravada por Carlos no CD “Tendéu”
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/meu-bem


segunda-feira, 19 de novembro de 2012


meus camaradas, olha só o nosso BUKOWSKI na FOLHA DE SÃO PAULO!

19/11/2012 - 05h17
Crítica: Antologia reafirma veia inflamável de Bukowski
JOCA REINERS TERRON
ESPECIAL PARA A FOLHA

Charles Bukowski (1920-1994) ficou mais conhecido no Brasil pela ficção, mas aos poucos sua relevante face de poeta vai sendo restabelecida, graças também às traduções de Fernando Koproski.

"Amor é Tudo que Nós Dissemos que Não Era" é a segunda antologia organizada por ele, tão abrangente quanto a primeira, "Essa Loucura Roubada que Não Desejo a Ninguém a Não Ser a Mim Mesmo Amém", de 2005.

O "velho Buk" é dos escritores cuja lenda sobrepuja a obra. Mas, quando se passa aos textos, não há ceticismo: a poesia tem duende.

A matéria-prima é o dia a dia, minúcias do trabalho duro que rouba horas de vida e a literatura que a salva do automatismo da existência.

Dividido em seções que abordam o amor, a cidade de Los Angeles e o que se poderia chamar de relacionamentos --mulheres, escritores, leituras, bebida, o corpo e o mundo--, o livro mostra a franqueza punk das observações do poeta: a bunda da garota paquerada de relance na escada rolante é motivo para desvelar ao namorado dela a sorte que lhe espera, "daquele balde aquecido de/ intestino,/ bexiga,/ rins,/ pulmões,/ sal,/ enxofre,/ gás carbônico/ e/ catarro". Quanta sorte.

Bukowski começou a escrever poesia aos 35 anos. As dezenas de antologias que publicou colocam-na como veio principal de sua expressão, acercando-o de Raymond Carver, outro que usou o bar para observar o comportamento alheio.

Como se sabe, grande parte do álcool é glicose e, no caso de Bukowski, é altamente inflamável no que tange ao amor romântico e a quem por ele é tangido. E poesia é aquilo que nem sempre costuma acontecer; porém, no caso dele, pega fogo o tempo todo.

JOCA REINERS TERRON é autor de "Do Fundo do Poço se Vê a Lua" (Companhia das Letras), entre outros.
AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA
AUTOR Charles Bukowski
EDITORA 7Letras
TRADUÇÃO Fernando Koproski
QUANTO R$ 49 (270 págs.)
AVALIAÇÃO: ÓTIMO

já à venda em:

e a 2º edição do livro “Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém” também já está disponível: 

ou pelo site da editora 7 Letras:
www.7letras.com.br


terça-feira, 13 de novembro de 2012


canção de ninar saudade

a chuva que não repare
em minha dor
essa dor que chove pelos quartos
vem chovendo você
pelo corredor
não há tristeza que se compare
a um beija-flor
pela metade

essa é uma canção
de ninar saudade
pode nela guardar
seus olhos de romã

a chuva que não repare
em meu amor
porque amanhã
a dor irá nos chover sorrindo

minha maneira de rezar
é te ver respirar dormindo

letra: Fernando Koproski e Luiz Felipe Leprevost
música: Carlos Machado
gravada por Carlos Machado e Esther Tribuzy no CD “Tendéu”
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/can-o-de-ninar-saudade


segunda-feira, 12 de novembro de 2012


hotel tristeza

quando penso um blues
penso em quem soluça luz
pelas veias

quando penso um blues
penso em quem faz jus
ao sangue que me queima

penso em quem a tristeza
habita de aluguel

penso em você que faz do fel
o doce que levita
entre os móveis desse hotel
hotel tristeza

onde foi que eu pus
os pulsos que cortei
abrindo luas com a navalha
da delicadeza

quando chovia tanto céu?

letra: Fernando Koproski e Luiz Felipe Leprevost
música: Carlos Machado
gravada no CD “Tendéu” do Carlos
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/hotel-tristeza

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


facas

quando ouço gente morta
quero cantar para me fingir de vivo
tuas estórias, teus amores, teus amigos
são facas que não cortam

mas canto isso tudo e me livro
ouço o barulho do nascer de um siso
e mais uma vez a morte vem me beijar
sem se preocupar com a hora

são tantos espelhos que desprezam tuas demoras
não me obrigue mais a encontrar
em seus cabelos de ressaca o meu abrigo
em teus barulhos de faca o meu brilho

letra: Fernando Koproski e Alexandre França
música: Carlos Machado
gravada no CD “Tendéu” do Carlos

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


desculpas

pode ficar com a tua desculpa
do tipo que estava chorando com a chuva
a tua tristeza que não se iluda
esse blues me caiu como uma luva

pode ficar com a tua censura
vetar o poema que mais te machuca
a cegueira não é mais desculpa
esse blues é de lâmpadas escuras

diga que é toda tua a minha culpa
que cabe no copo mais uma loucura
a sobriedade ninguém mais atura
até a tua frieza perdeu a compostura

pode ficar com a tua desculpa
que o que você chora não é essa chuva
se a cor do inverno é só o que você usa
esse blues então um dia me blusa

letra: Fernando Koproski e Alexandre França
música: Carlos Machado
gravada no CD “samba portátil” do Carlos

ela tá aqui:


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

musa em desuso


nenhuma musa mais me usa
este seu mar não afoga mais
já não será imortal às minhas custas
de indecisa já chega a paz

o jeito que você passa
o jeito que veste a blusa
não irá me convencer
adeus sonetos monumentais
e tudo mais que em quartetos me acusa

com a solidão eu já posso
esta insone ilusão eu já faço adormecer
nenhum poeta a postos será
mais testemunha das suas escusas
e nem do seu dom de esquecer

letra: Fernando Koproski e Alexandre França
música: Alexandre França
gravada no CD "a solidão não mata, dá a ideia" de França


domingo, 4 de novembro de 2012


a índole da multidão
  
Há tanta traição, ódio,
violência,
Absurdo no ser humano
comum
capaz de suprir qualquer exército em qualquer
ocasião.

E Os Que Melhor Assassinam São Os
Que Pregam Contra Isso.
E Os Que Melhor Odeiam São Os
Que Pregam O AMOR
E OS MELHORES NA GUERRA
– NO FINAL – SÃO OS QUE
PREGAM
A PAZ

fragmento do poema de Charles Bukowski
tradução: Fernando Koproski
do livro AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA (7 Letras, 2012)

já à venda em:

e a 2º edição do livro “Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém” também já está disponível em: 

ou pelo site da editora 7 Letras:
www.7letras.com.br

quarta-feira, 31 de outubro de 2012


PRECES

O cego te ama com seus olhos, o surdo com sua música. O
hospital, o campo de batalha, a sala de tortura, te suprem com
preces incontáveis. Nessa noite mais medíocre, tão suportável, tão
profusa de sérias distrações, toque essa tinta sem valor, essa obra
da vergonha. Avise-me das grandes alturas de sua beleza.

Poema: Leonard Cohen
Tradução: Fernando Koproski
do livro ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR (7letras)

e aqui a bela matéria que o jornalista Jonatan Silva fez sobre o Cohen para o Parana Online:

http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/632357/?


sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Koproski, França e Bukowski em SPLASH
pra ouvir: 

a ilusão é pensar que você está apenas
lendo este poema.
a realidade é que isto é
mais que um
poema.
isto é a faca do mendigo.
isto é uma tulipa.
isto é um soldado marchando
sobre Madrid.
isto é você no seu
leito de morte.
isto é Li Po rindo
lá embaixo.
isto não é a porra
de um poema.
isto é um cavalo adormecido.
uma borboleta em
seu cérebro.
isto é o circo
do diabo.
você não está lendo isto
numa página.
a página é que está lendo
você.
sacou?
é como uma cobra.
é uma águia faminta
rondando o quarto.

isto não é um poema.
poemas são um tédio,
eles te fazem
dormir.

estas palavras te arrastam
para uma nova
loucura.

você foi abençoado,
você foi atirado
num
lugar que cega
de tanta luz.

o elefante sonha
com você
agora.
a curva do espaço
se curva e
ri.

você já pode morrer agora.
você já pode morrer do jeito
que as pessoas deveriam
morrer:
esplêndidas,
vitoriosas,
ouvindo a música,
sendo a música,
rugindo,
rugindo,
rugindo.

poema: Charles Bukowski
tradução: Fernando Koproski
do livro ESSA LOUCURA ROUBADA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM A NÃO SER A MIM MESMO AMÉM (7 Letras, 2012)

já à venda em: