a possibilidade de lua me atormenta. sei
que não
será
sutil, tampouco sensato quando ela chegar. a
lua
nunca é discreta. confissões, desastres, intenção
de
voo, suicídios, tudo que a gente for capaz
quando
a lua daquele jeito no céu. sei que serei
inconsequente,
certamente indesculpável. depois
que
ela passar, vou me preocupar. tenho
atenuantes,
não importa o que disserem. essa noite
azul
o meu motivo, sem razões aparentes. depois
que
a lua passar vou me preocupar. agora não, é
inútil,
a lua não vai me deixar tão cedo. ela chega
inquestionável
como um mar onde o delírio uma
música
imprescindível. não adianta mais desviar o
olhar.
nada mais há que eu possa fazer. agora a lua
é
minha, minha e de mais ninguém.
Fernando
Koproski
do
livro “O livro de sonhos”
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livros do autor estão aqui:
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