terça-feira, 25 de março de 2014


tive a honra e o imenso prazer de ver 2 grandes poetas escrevendo as orelhas dos meus novos livros. São eles: o "polaco da barreirinha" Antonio Thadeu Wojciechowski e o Marcelo Montenegro. puts, eu sou fã desses dois há tempos... e nem mereço tanto. é mais um motivo pra ficar feliz nesse momento.

e aqui nesse post está a orelha que o Thadeu fez pro livro "Retrato do artista quando primavera":

As pétalas de Fernando Koproski quando primavera

Há muito venho dizendo que a ecologia curitibana tem poesia no seu DNA, tem arte em cada cartilagem, nervo, pele, osso, coração e outros miúdos. Sim, é aqui o lugar, a 25° 25' 47" S 49° 16' 19" O, onde entra Fernando Koproski na história da poesia brasileira. Desde 1999, quando lançou Manual de ver nuvens, o cara nunca mais deixou de ser captado pelas minhas antenas. Tradutor de Bukowski e Cohen, letrista, um poeta na sua mais profunda e completa acepção. Gosto da sua levada, do seu lirismo que evoca sempre as mais sagradas emoções, da graça de seus arranjos, dos milagres de seus achados: “o amor não tem mesmo coração/ o amor não foi quem eu pensei que era/ não fui quem o amor pensou que eu fosse/ mas o amor estava à minha espera”.

Tive a alegre honra de ser escolhido para fazer a orelha desse Retrato do artista quando primavera e confesso a vocês que encontrei entre as páginas deste livro um artista completo, maduro, senhor de seus versos e de si mesmo como poeta. Leiam o poema canção pra ser feliz e vocês ouvirão uma música de amor ao compreender que o “amor te convida a esquecer/ amor te quer só como amigo/ você é só mais um coração/ onde ele entra e sai sem aviso”. É difícil citar versos quando se quer viver o livro todo. Intensamente. Em cada palavra, sílaba, som, em tudo e em cada verso sentir o espesso lirismo, o mesmo jardim aberto à flor da pele, o mesmo encantamento pelo amor em sua voz e em seu entendimento dos nossos mais indecifrados sentimentos, poema após poema.

Amor é o seu coração bombeando versos no nosso sangue. É seu pequeno dicionário de azuis, sua ira santa no poema universidade federal, sua melodia de fim de jogo, sua mágica de antes e depois: “mas não morria de tédio/ às vezes morrer demais/ era o único remédio// para eu deixar de viver/ da falta que você faz”. 

Um livro magnífico, para se ler sentindo ou como ele mesmo diz: “cantei a tua solidão na maior altura/ nessa canção pra acabar com teu tédio/ cantei, cantei, cantei porque é minha função/ cantei a tua solidão do andar mais alto do meu prédio”. Um livro que não se vende “porque é poesia/ e poesia todo mundo sabe/ não se vende”. Um livro para ver “pois este não é um olhar de poema/ tampouco um olhar de poeta/ aqui, entre pétalas de silêncio/ apenas o que de nós/ pensa esta página de forma incerta:// sentir teu olhar no meu,/ ainda será minhas obras completas”. Um livro para “escutar uma mulher dançando/ ou calada/ com sua carne de nuvem”. 

Um livro para Ingrid, para mim, para você, para o amor e todas as pétalas que dão sentido e graça às nossas vidas quando primavera.


Antonio Thadeu Wojciechowski 




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