tive a honra e o imenso
prazer de ver 2 grandes poetas escrevendo as orelhas dos meus novos livros. São
eles: o "polaco da barreirinha" Antonio Thadeu Wojciechowski e o
Marcelo Montenegro. puts, eu sou fã desses dois há tempos... e nem mereço
tanto. é mais um motivo pra ficar feliz nesse momento.
e aqui nesse post está a orelha que o Thadeu fez pro livro "Retrato do artista quando primavera":
As pétalas de Fernando
Koproski quando primavera
Há muito venho dizendo que a ecologia curitibana tem poesia no seu DNA, tem arte em cada cartilagem, nervo, pele, osso, coração e outros miúdos. Sim, é aqui o lugar, a 25° 25' 47" S 49° 16' 19" O, onde entra Fernando Koproski na história da poesia brasileira. Desde 1999, quando lançou Manual de ver nuvens, o cara nunca mais deixou de ser captado pelas minhas antenas. Tradutor de Bukowski e Cohen, letrista, um poeta na sua mais profunda e completa acepção. Gosto da sua levada, do seu lirismo que evoca sempre as mais sagradas emoções, da graça de seus arranjos, dos milagres de seus achados: “o amor não tem mesmo coração/ o amor não foi quem eu pensei que era/ não fui quem o amor pensou que eu fosse/ mas o amor estava à minha espera”.
Tive a alegre honra de ser
escolhido para fazer a orelha desse Retrato do artista quando
primavera e confesso a vocês que encontrei entre as páginas deste livro um
artista completo, maduro, senhor de seus versos e de si mesmo como poeta. Leiam
o poema canção pra ser feliz e vocês ouvirão uma música de amor ao
compreender que o “amor te convida a esquecer/ amor te quer só como amigo/ você
é só mais um coração/ onde ele entra e sai sem aviso”. É difícil citar versos
quando se quer viver o livro todo. Intensamente. Em cada palavra, sílaba, som,
em tudo e em cada verso sentir o espesso lirismo, o mesmo jardim aberto à flor
da pele, o mesmo encantamento pelo amor em sua voz e em seu entendimento dos
nossos mais indecifrados sentimentos, poema após poema.
Amor é o seu coração
bombeando versos no nosso sangue. É seu pequeno dicionário de azuis, sua ira
santa no poema universidade federal, sua melodia de fim de jogo, sua
mágica de antes e depois: “mas não morria de tédio/ às vezes morrer demais/ era
o único remédio// para eu deixar de viver/ da falta que você faz”.
Um livro magnífico, para se
ler sentindo ou como ele mesmo diz: “cantei a tua solidão na maior altura/
nessa canção pra acabar com teu tédio/ cantei, cantei, cantei porque é minha
função/ cantei a tua solidão do andar mais alto do meu prédio”. Um livro que
não se vende “porque é poesia/ e poesia todo mundo sabe/ não se vende”. Um
livro para ver “pois este não é um olhar de poema/ tampouco um olhar de poeta/
aqui, entre pétalas de silêncio/ apenas o que de nós/ pensa esta página de
forma incerta:// sentir teu olhar no meu,/ ainda será minhas obras completas”.
Um livro para “escutar uma mulher dançando/ ou calada/ com sua carne de
nuvem”.
Um livro para Ingrid, para
mim, para você, para o amor e todas as pétalas que dão sentido e graça às
nossas vidas quando primavera.
Antonio Thadeu
Wojciechowski
Nenhum comentário:
Postar um comentário