E essa é a orelha feita pelo
meu amigo e grande poeta Marcelo Montenegro. O Marcelo roda o país com seu show
"tranqueiras líricas", injetando rock 'n' na poesia e destilando a
mais pura poesia do rock n'roll. O texto dele abre o meu livro “Retrato do amor
quando verão, outono e inverno”:
Fernando Koproski é um poeta
que busca entender a si mesmo – e ao outro, e ao mundo – pelo ato de escrever.
Alguma espécie de necessidade patológica. Se contarmos com o fato ideal de que
leitores buscam algo parecido – e que terão aqui um prato cheio –, caímos na
famosa máxima de Platão: “a vida não examinada não vale a pena ser vivida”.
Daí, talvez, este seu esforço
de totalidade em plena era do fragmento – junto com Retrato do amor quando
verão, outono e inverno, Koproski está lançando também o volume Retrato do
artista quando primavera. Temos aqui, pois, o itinerário pessoal-universal de
um cara – também letrista e exímio tradutor de autores como Leonard Cohen e
Charles Bukowski – que teima em “escrever livros de poesia no Brasil”.
E, cá entre nós, o itinerário
de Koproski é um mergulho de peito aberto – até porque ele sabe 1) que não há
outro jeito de mergulhar, nem de escrever; 2) que nem poetas, nem poemas –
tampouco leitores – “são à prova de vida”; e 3) que convivemos o tempo todo –
escrevendo, lendo ou vivendo – com incontáveis “possibilidades de nocaute
técnico”.
Munido do “bisturi da
solidão” e do amor por Ingrid – mulher, musa, personagem e motivo de tudo –,
seu mergulho vai da sabedoria dos outdoors à certeza que “de 5 em 5 minutos
novas formas de beleza são inauguradas e perdidas para sempre”; da prosa ao
diálogo; da invocação afetiva da família às “canções de amor asfixiadas”; da
“dose excessiva de realidade” do Outono às rimas e ritmo precisos do Verão; da
singeleza do Inverno – onde todo final de tarde “deus fuma um sol atrás do
outro” – ao “dia em que a poesia pagar meu plano de saúde”; de cada “riscada de
fósforos/ das cores em seus olhos” à perplexidade diante do cinzento açougue
sócio-humano destes tempos. Tudo para voltar à “superfície das páginas/ a fim
de nos fazer respirar/ poemas verdadeiros”.
Perpassa todo o livro, aliás,
esta espécie de embate nevrálgico entre o poeta como um “missionário da beleza”
e a constatação de que a “poesia do mundo fracassou”. Em uma frase? Poetas não
se conformam.
Marcelo Montenegro
http://www.livrariascuritiba.com.br/retrato-do-artista-quando-primavera-aut-paranaense,product,LV341627,3393.aspx
http://www.livrariascuritiba.com.br/retrato-do-amor-quando-verao-outono-inverno-aut-paranaense,product,LV341626,3393.aspx
http://www.livrariascuritiba.com.br/retrato-do-amor-quando-verao-outono-inverno-aut-paranaense,product,LV341626,3393.aspx
também disponível na livraria
Arte e letra (Al. Presidente Taunay, 130, Batel, Curitiba)
ou pela site da editora 7letras:
https://www.7letras.com.br/catalogsearch/result/?q=fernando+koproski
ou pela site da editora 7letras:
https://www.7letras.com.br/catalogsearch/result/?q=fernando+koproski
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