O meu livro “Narciso para matar” é um romance
em versos, composto de 85 Cenas. Essa é a “Cena 12 – Criando um cenário”, onde
o narrador antes de criar o conflito, imagina qual seria o cenário desse
romance. Começa assim:
Agora
que não tenho mais leitores
É
que eu vou começar a escrever
Sem
ter mais a quem dirigir amores
Falsos,
versos de ocasião ou por quês
Agora
não preciso mais escrever nada
Que
eu não queira, não sinta, não veja
Pra
me livrar dessas pessoas com inveja
As
lágrimas agora são águas passadas
Passei
água sanitária nas minhas páginas
Para
deixar elas do mais puro branco
Assim
se um dia eu limpar minhas lágrimas
Eu
canto o amor mas daqui do meu canto
Ademais,
quem quer ter carteirinha de poeta
Numa
cidade onde o cinismo impera?
A
falsidade está sempre de portas abertas
Para
qualquer idiota que se desespera
Nessa
cidade só a mesquinharia prolifera
Se
você ainda não percebeu, paciência
Ainda
vai ter que ver sua querida primavera
Secar
e sucumbir diante da presença
Dessa
doença que é o curitibano literato
Que
acha que poeta bom é poeta morto
Pra
ele poeta até pode vir de outro estado
Mas
poeta mesmo só ele, nunca o outro
Conclusão:
A cidade natal do poeta
falhou em recebê-lo como seu filho, seu poeta. Agora, portanto ele muda de
cidade e passa a cantar não mais para uma mera cidade mas para seu país. Onde
se exilou com sua amada, ali numa bela praia de Paraty, um poeta ainda será
feliz.
Fernando Koproski
no
romance NARCISO PARA MATAR (livro 1 da série “A complicada beleza”) Editora
7Letras
http://www.livrariascuritiba.com.br/narciso-para-matar-aut-paranaense-lv395563/p
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