terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


um dia perfeito para morrer 
é hoje, um dia será ontem, 
aonde a gente foi amanhã, não 
um dia perfeito para morrer 
é o primeiro dia da primavera 
nunca o último do verão 

um dia perfeito para morrer
é todo dia em que a vida vem
e você pára para ver o mar
um dia perfeito para morrer
é quando se passa o dia inteiro
com os amigos num bar

f. koproski

e o poema continua aqui:
http://fernandokoproski.bandcamp.com/track/um-dia-perfeito-para-morrer

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014


E o Leo Cohen está em estúdio novamente, preparando seu próximo disco. Traduzi a letra de “Anyhow”, que faz parte do “Old Ideas”, último disco de estúdio do homem... E essa vai dedicada pra dois amigos e fãs: o Jonatan Silva e o Carlos Machado.

ASSIM MESMO

É uma vergonha, é uma pena
O jeito que você me trata, penso
Sei que você não pode me perdoar
Mas me perdoa, assim mesmo

O nosso final foi tão feio
Eu até te ouvi dizer a esmo
Você nunca, jamais me amou
Ah, mas me ama assim mesmo

Sonhei com você, meu amor
Com o vestido aberto ao meio
Sei que você precisa me odiar
Mas não podia me odiar menos?

Já usei todas as minhas chances
E você nunca me aceita de volta
Mas não faz mal perguntar:
Não dá pra me dar uma folga?

Eu estou nu e estou imundo
E há suor sobre meu cenho
E nós dois somos culpados
Assim mesmo

Tenha pena de mim, amor
Depois de tudo, confessei mesmo
Ainda que você tenha que me odiar
Será que não podia me odiar menos?

É uma vergonha, é uma pena
Sei que você não pode me perdoar
O nosso final foi tão feio
Você nunca, jamais me amou
Sonhei com você, meu amor
Sei que você precisa me odiar
Eu estou nu e estou imundo
E nós dois somos culpados de amar
Assim mesmo

Tenha pena de mim, amor...

letra: Leonard Cohen
tradução/versão: Fernando Koproski

e aqui está o livro do Leonard Cohen com diversos outros poemas e canções: http://www.livrariascuritiba.com.br/atras-das-linhas-inimigas-de-meu-amor-aut-parana,product,LV220048,3406.aspx



e aqui está a música:
http://www.youtube.com/watch?v=vE7bVGt17Zg


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


O Robert Junior era meu cunhado querido. Ele era mais conhecido como Ju, e era o irmão da Ingrid, o filho da Margareth, o filho do Robert e também o filho do Arnaldo. Ele era filho de muitos de seus amigos e familiares. E pra muitos era um filho, irmão e amigo querido. Ele era um eterno menino. E não há palavra que eu possa escrever que se aproxime da dor que todos sentiram ontem. Assim como não há poema, lasca de luz ou perfume de palavra que se aproxime do amor que todos sempre sentiram por ele... Como hoje eu sou inapto, passo a bola pra outro poeta. E então, deixo aqui um poema do Leo Cohen que fala disso, da perda de alguém tão querido... Um beijo pra vc, Ju. Você pode ter partido, mas ainda continua: dentro da gente!

ALGUNS HOMENS

Alguns homens
deveriam ter montanhas
para levar o seu nome através do tempo.

Jazigos não são altos o bastante
ou verdes,
e filhos se afastam
para perder o pulso
que a mão de seu pai sempre transparecerá.

Tive um amigo:
ele viveu e morreu em profundo silêncio
e com dignidade,
não deixou livros, filhos, ou amantes para chorar.

Nem essa é uma canção de luto
mas apenas o nomear dessa montanha
por onde caminho,
escura, perfumada e suavemente branca
sob a palidez da névoa.
Nomeei essa montanha com seu nome.


poema do Leonard Cohen
traduzido por mim
naquele livro que é meu ás na manga:
“Atrás das linhas inimigas de meu amor”

http://www.livrariascuritiba.com.br/atras-das-linhas-inimigas-de-meu-amor-aut-parana,product,LV220048,3406.aspx

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A FIM DE VOLTAR

Não me perdi
não mais do que as folhas se perdem
ou do que os vasos enterrados
Ainda não é minha hora
Para você só tenho segundas intenções

Sei que me considera um traidor
por eu ter dado meu sangue
a amores inúteis
e você está certa
Sangue como esse
nunca alcançou nem sombra de estrela

fragmento do poema de Leonard Cohen
traduzido por Fernando Koproski
publicado no livro “ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR”
(7letras)

pra quem quiser conhecer, o livro está aqui:
http://www.livrariascuritiba.com.br/atras-das-linhas-inimigas-de-meu-amor-aut-parana,product,LV220048,3406.aspx

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


Poema de aniversário

Não escrevo para os inimigos
Escrevo só para quem está comigo
Nessa de atravessar as luas brancas
Das páginas cheias de costas nuas

Sua vida é minha, minha página é sua
E não há amor acima de tuas ancas
Nenhum amor que se possa comparar
Aos teus olhos nos meus no mesmo olhar

Hoje faço quarenta e um bem assim
Esmurrando rosas em pontas de facas,
Nos versos afiando a mais bela lágrima
E podando excessos do mar sem fim

Assim falo com você na mesma página
Sim, com você, leitor, o meu melhor amigo
É com você que eu brindo e derramo o vinho
Quem viver, verá nesse verso nós dois sorrindo

Fernando Koproski,
22 de janeiro de 2014

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A antropofágica poesia paranaense contemporânea
 “...há os norte-americanos mais recentes (Bukowski e Leonard Cohen) vertidos ao português por Fernando Koproski. Diante dessa profusão de tradutores, pode-se imaginar o impacto que essa prática poderá ter na nova poesia paranaense. (...) Com marcante lirismo amoroso e irônico, Fernando Koproski, em livros de poemas e letras de músicas, demonstrou domínio e sutileza de escrita cujo desdobramento causa curiosidade após a passagem por Bukowski e Cohen.

Organizador da Antologia de Poetas Paranaenses que a Biblioteca Pública do Paraná lança no primeiro semestre deste ano, o poeta e crítico Ademir Demarchi traça um panorama da poética contemporânea feita no Estado

O ensaio inteiro do Ademir Demarchi está publicado no jornal Cândido #30 (da Biblioteca Pública do Paraná) desse mês aqui:



Fernando Koproski
Os melhores poetas
o poema inédito "Os melhores poetas..." também está nesta mesma edição do jornal, aqui nesse link:
http://www.candido.bpp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=545

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Aleluia

Ouvi dizer que há um acorde secreto
Que Davi tocava pra ter Deus por perto,
Mas sem dúvida você não liga pra música.
Começa assim: a quarta, a quinta
Uma nota desce, outra sobe, sinta
Como o rei se complica compondo Aleluia!

Sua fé tinha força mas queria provas.
Quando viu ela no banho em águas novas
Você ficou alucinado com ela à luz da lua
Ela te deixou amarrado até os pelos
Rompeu seu reinado, cortou seus cabelos,
E arrancou dos teus lábios um Aleluia!

Você diz que falei o Nome em vão;
Qual seria o nome, eu não sei não.
Mas se eu soubesse, sério, qual é a tua?
Há uma luz nua em cada palavra;
Não importa qual escute quando falada,
A suja ou a sagrada Aleluia!

Fiz o melhor que pude; nem foi tanto.
Como não sabia sentir, aprendi tocando.
Só disse a verdade, não se iluda.
E ainda que tudo acabe em não,
Ficarei diante do Deus da Canção
Com nada mais nos lábios, só Aleluia!

poema e música: Leonard Cohen
tradução: Fernando Koproski

e a música gravada pelo Carlos Machado está aqui:
http://carlosmachado.bandcamp.com/track/aleluia

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013


meus caros, há 3 poemas inéditos meus na revista Helena (pág. 60) editada pela Secretaria de Estado da Cultura/PR. Quem quiser adquirir, pode retirar seu exemplar gratuitamente na Biblioteca Pública no Paraná ou ler a versão virtual aqui: http://bit.ly/1i21h4b



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013


uma vez perguntaram ao velho Buk o que ele procura num poema... e ele respondeu:

"O verso limpo e sólido que diz a que veio. E ele tem que ter um
pouco de sangue; ele tem que ter um pouco de humor; ele tem que
ter aquela coisa inominável que você sabe que está lá na hora em
que começa a ler".

BUKOWSKI POR KOPROSKI

do livro AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA (7 Letras)

http://www.livrariascuritiba.com.br/amor-e-tudo-que-nos-dissemos-que-nao-era-autores,product,LV314864,3406.aspx

e o livro ESSA LOUCURA ROUBADA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM A NÃO SER A MIM MESMO AMÉM (7 Letras) também do Bukowski está aqui:

http://www.livrariascuritiba.com.br/essa-loucura-roubada-que-nao-desejo-a-ninguem-autores,product,LV314866,3406.aspx

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013


é sempre bom lembrar desse poema do velho Buk...

ENTÃO VOCÊ QUER SER ESCRITOR?

se não estiver explodindo em você
apesar de tudo,
não faça.
a não ser que saia espontâneo de seu
coração e de sua mente e de sua boca
e de suas entranhas,
não faça.
se você tiver que passar horas
encarando a tela do computador
ou encurvado sobre sua
máquina de escrever
procurando palavras,
não faça.
se você estiver fazendo isso por dinheiro ou
fama,
não faça.
se você estiver fazendo isso porque deseja
mulheres em sua cama,
não faça.
se você tiver que sentar ali e
reescrever mais uma vez e mais uma vez,
não faça.
se der o maior trabalho só de pensar em fazer,
não faça.
se você estiver tentando escrever como outra
pessoa,
esqueça.

(...)
a não ser que saia de
sua alma como um foguete,
a não ser que ficar parado te
leve à loucura ou
ao suicídio ou assassinato,
não faça.
a não ser que o sol dentro de você esteja
queimando suas vísceras,
não faça.

quando for realmente o momento,
e se você for escolhido,
isso irá acontecer por
conta própria e continuará acontecendo
até você morrer ou isso morrer em
você.
não há outro jeito.
e nunca houve outro.

fragmento do poema “então você quer ser escritor?” de Charles Bukowski
tradução: Fernando Koproski
do livro AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA  (7 Letras)


e o livro ESSA LOUCURA ROUBADA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM A NÃO SER A MIM MESMO AMÉM (7 Letras) também do Bukowski está aqui:


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013


conselho de amigo para muitos jovens

Vá para o Tibete.
Viaje de camelo.
Leia a Bíblia.
Tinja de azul seus sapatos.
Deixe crescer a barba.
Dê a volta ao mundo numa canoa de papel.
Assine o The Saturday Evening Post.
Mastigue apenas com o lado esquerdo da boca.
Case com uma mulher sem uma perna e se barbeie com uma
navalha.
E entalhe seu nome no braço dela.

Escove os dentes com gasolina.
Durma o dia todo e suba em árvores à noite.
Seja um monge e beba chumbo grosso e cerveja.
Fique com a cabeça debaixo d’água e toque violino.
Faça a dança do ventre diante de velas cor-de-rosa.
Mate seu cão.
Candidate-se para prefeito.
More num barril.
Arrebente sua cabeça com um machado.
Plante tulipas na chuva.
Mas não escreva poesia.

Bukowski por Koproski
do livro AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA
http://www.livrariascuritiba.com.br/amor-e-tudo-que-nos-dissemos-que-nao-era-autores,product,LV314864,3406.aspx

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

de como um certo poeta fernando
resolveu dar uma de pessoa
mas algo acabou dando errado
surgiu na área um tal de marcos prado


um aqui, este ali, outro lá
sem contar aquele parado
não importa aonde olho há
um eu meu ao meu lado

tinha um dado a conselhos
sempre me deixava um caco
pensando que fosse meu espelho
foi o primeiro que fiz em pedaços

setenta e sete anos de azar
fácil então não tem sido
não param mais de falar
agora de novo no meu ouvido

meus eus, cá entre nós
vamos enfim chegar a um acordo
vocês, me deixem a sós
eu, viver vocês todos? nem morto!

Fernando Koproski
do livro MANUAL DE VER NUVENS

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013


Nessa foto, o Leo Cohen e a Marianne na ilha grega de Hidra. Lá ele escreveu seu segundo romance “Beautiful Loosers” e muitas das melhores canções. Detalhe para a moda praia do verão de 1960...

CANÇÃO

A menina nua em prantos
está pensando em meu nome
volvendo e revolvendo
meu nome em bronze
com os mil dedos
de seu corpo
untando seus ombros
com a fragrância lembrada
de minha pele

Oh sou o general
de sua história
conduzindo cavalos majestosos
pelos campos
vestindo trajes de ouro
com o vento em meu torso
o sol na barriga

Possam os pássaros suaves
suaves como uma estória para seus olhos
proteger seu rosto
de meus inimigos
e os pássaros impuros
cujas asas afiadas
foram forjadas em mares metálicos
guardem seu quarto
de meus assassinos

E que a noite a trate com cuidado
as estrelas altas sustentem a palidez
de sua pele descoberta

E possa meu nome em bronze
sempre alcançar seus mil dedos
iluminar-se com suas lágrimas
até que eu esteja fixado como uma galáxia
e memorizado
em seus céus delicados e secretos.

poema do Leonard Cohen
tradução: Fernando Koproski
do livro ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR (7 Letras)