quarta-feira, 6 de abril de 2016

    Ultimamente ele ia dormir e acordava pensando no amor. Mas o amor não perdia o sono pensando nele. Ele passava várias noites em claro pensando no amor. Mas o amor não dava nenhuma luz, nem lua alguma. Era assim desde pequeno, o amor era como um menino no espelho, mais pra um amigo imaginário do que pra esse adulto agora de joelhos. O amor mesmo quando não era nada ou acabava em mais nada, ainda fazia ele pensar em cada uma de suas palavras. Às vezes, ele pensava que o amor só podia ser coisa de criança para pregar tantas peças. Às vezes, ele pensava que o amor era coisa de adulto, uma dessas coisas que se entende tarde demais, só depois, quando não há mais pressa, ou simplesmente não interessa. E às vezes, ele ainda lembrava que o amor naquele menino no espelho era diferente, bem diferente, mas ainda a cara desse adulto. O amor mesmo quando não fala nada, ainda diz tudo.

Fernando Koproski
no livro NARCISO PARA MATAR
http://www.livrariascuritiba.com.br/narciso-para-matar-aut-paranaense-lv395563/p
CRÔNICA DE UM AMOR MORTO
http://www.livrariascuritiba.com.br/cronica-de-um-amor-morto-aut-paranaense-lv395564/p
A TEORIA DO ROMANCE NA PRÁTICA
http://www.livrariascuritiba.com.br/teoria-do-romance-na-pratica-a-aut-paranaense-lv395565/p

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