CASA, COMIDA E ROUPA ENCARDIDA
a poesia não me deu casa,
comida, nem roupa encardida
poesia, eu vesti tua camisa
arregacei as mangas dos versos
fiz coisas que de tanto duvidar
até deus acredita
escrevi com sangue, coração
e o que mais estivesse à mão
até com o que meu ódio ojeriza
poesia, eu vesti tua camisa
mas você não me deu casa,
comida, uma passagem pra Ibiza
te dei meu corpo, alma e musa
mas você ainda abusa
e pede mais do que precisa
até hoje não me deu
nem um pastel de vento
mas quer que eu viva de brisa
Fernando
Koproski
do
livro “Retrato do artista quando primavera” (7letras, 2014)
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