Poeta, Tradutor e letrista * http://fernandokoproski.bandcamp.com/ * www.facebook.com/Fkoproski
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
ÁCIDOS LÍRICOS
meu bem, desculpe estar
hoje um tanto diferente
se penso mar, lê-se amar
e assim continuamente
mas não sou eu o problema
são os ácidos líricos falando
dissolvendo, transformando
tudo que escrevo em poema
tentei mentir, usar essa energia
para algo útil mas infelizmente
essa é minha sina, minha cisma
só o que eu vivo vira poesia
os ácidos líricos não mentem
essa vida ou será rima ou minha ruína
Fernando Koproski
poema do livro NUNCA SEREMOS TÃO FELIZES COMO
AGORA (7 Letras)
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Lembro
dessa noite como se fosse ontem. Eu, Thadeu e dos Casilleros del Diablo (safra
de 1998). Enquanto o Renatão tocava o solo de Just like heaven, a gente ia abrindo
a segunda garrafa de vinho, se abrindo em versos e fechando com Baudelaire...
Aí surgiu esse texto que talvez não seja o que a ‘Teoria da tradução’ quer, mas
é um drink nosso com Baudelaire...
estou
bêbado
e
nada mais importa
não
sinto mais o peso das horas
nem
da gravidade
mas
continuo bêbado
de
vinho, poesia e divindade
eu
já estive aqui um dia
de
cara com a coroa
o
relógio dando corda
ao
que o tempo não perdoa
estou
bêbado
e
nada mais importa
nem
o Guimarães
e
seu mar de Rosa
entre
nebulosas Magalhães
a
porta que leva
para
fora do bar
já
não está no mesmo lugar
poema
do Charles Baudelaire
numa
livre adaptação de Fernando Koproski e Thadeu Wojciechowski
mixado
em algum lugar em 1999...
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Tendo
2 opções, ser professor de literatura ou lavar pratos, fique com a de lavar
pratos. Talvez não pra salvar o mundo, mas para prejudicá-lo menos. Mas digamos
que você tenha a vocação, você se reserva ao direito de escrever poesia, não do
jeito que ela é ensinada, mas como
a força ou a falta de força dessa poesia ao entrar e sair de seu íntimo
conforme você vive a sua pequena opção.
Bukowski
em
AMOR É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA
antologia
poética organizada e traduzida por Fernando Koproski
(7
Letras)
terça-feira, 12 de novembro de 2013
ABATIMENTO CARDÍACO
a cada dor que não demonstro
a cada egoísmo sem rosto
a cada vez mais meu coração
encolhe dentro do meu corpo
a cada pureza que eu sufoco
a cada delicadeza sem gosto
a cada vez mais meu coração
encolhe dentro do meu corpo
a cada risco que não corro
a cada amigo que não escolho
a cada vez mais meu coração
encolhe dentro do meu corpo
a cada lágrima rápida escondo
uma lágrima lenta no teu rosto
a cada suavidade que não ouço
a cada nuvem mais nuvem de osso
a cada abatimento cardíaco
meu coração mais parece rouco
amor vai parar no fundo do olho
meu coração no fundo do poço
amor, pra que me dar atenção?
pra que me deixar assim de novo?
você abrindo caminho a fogo,
a sonho louco em minha direção
a cada verso onde eu propor
falar de você ao falar de amor
meu coração ainda será pouco
pouco a pouco todo o meu corpo
Fernando Koproski
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
...
é melhor você não fazer nada do que fazer algo malfeito. Mas o problema é que
os maus escritores tendem a ter autoconfiança, enquanto os bons tendem a ter
insegurança. Então os maus escritores tendem a continuar escrevendo merda e
fazendo o maior número possível de recitais para públicos esparsos. Esses
públicos esparsos são compostos em sua maioria por outros maus escritores esperando
a sua vez de começar, de subir lá e despejar aquilo tudo durante a próxima
hora, a próxima semana, o próximo mês, o próximo momento qualquer. O clima
nesses recitais é letal, sufocante, desfavorável à vida. Quando os fracassos se
juntam num esforço de autocongratulação, isso só leva a um fracasso mais
profundo e permanente. A multidão é o ponto de encontro dos mais fracos; a
verdadeira criação é um ato solitário.
Bukowski
por Koprowski
AMOR
É TUDO QUE NÓS DISSEMOS QUE NÃO ERA
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
SUZANNE
Suzanne te conduz
ao seu lugar perto do rio,
você pode ouvir os barcos passarem
pode passar a noite ao seu lado.
E você sabe que ela é meio louca
mas é por isso que você quer estar ali
e ela te oferece chá e laranjas
que vêm lá da China.
Bem quando você iria dizer
que não possui presentes para lhe dar,
ela te capta em seus movimentos de onda
e permite que o rio responda
que você sempre foi o seu amor.
E você deseja viajar ao seu lado,
você deseja viajar cegamente
e sabe que ela pode confiar em você
pois você tocou seu corpo perfeito
com a sua mente.
Jesus era um marinheiro
quando andou sobre as águas daquela maneira
e passou muito tempo vigiando
de uma distante torre de madeira
e quando ele teve a certeza
de que só os afogados podiam vê-lo
ele disse Que todos os homens sejam marinheiros
até que o mar os liberte,
mas ele mesmo se deixou arruinado
muito tempo antes que o céu se abrisse,
e quase humano, desconsolado,
afundou em sua sabedoria como uma rocha.
E você deseja viajar com ele,
você deseja viajar cegamente
e você pensa que talvez possa confiar nele
pois ele tocou o teu corpo perfeito
com a sua mente.
Suzanne toma a sua mão
e te conduz ao rio,
ela veste farrapos e plumas
das bancadas do Exército da Salvação.
O sol se lança como mel
em nossa senhora da enseada
enquanto ela te mostra para onde olhar
entre o lixo e as floradas,
há heróis nas algas marinhas
há crianças no amanhecer,
eles caminham para o amor
irão caminhar assim para sempre
enquanto Suzanne segura o espelho.
E você deseja viajar ao seu lado
você deseja viajar cegamente
e você está certo de que ela pode te encontrar
pois ela tocou seu corpo perfeito
com a sua mente.
poema e música de LEONARD COHEN
tradução de FERNANDO KOPROSKI
do livro
ATRÁS DAS LINHAS INIMIGAS DE MEU AMOR
esgotadíssimo nas livrarias, agora só tem
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